Foto: Globo/Fernando Lupo |
No Dia da Consciência Negra, o especial ‘Sons de São Paulo’ vai recontar a trajetória da black music na capital paulista. O programa ouve Liniker, Paula Lima, Péricles, Thaíde, entre outros nomes que fazem parte do gênero musical de raiz africana e de várias vertentes para mostrar sua importância dentro do movimento negro; na inserção de artistas negros no mercado da música, assim como, no fortalecimento da autoestima dos jovens de comunidades e periferias. Apresentado pelas repórteres Mariana Aldano, Gabriela Dias e Denise Thomaz Bastos, o documentário tem coordenação e reportagem do jornalista Fernando Lupo. Felippe Caetano assina o roteiro, com produção de Marina Ferreira, imagens captadas pelo Júlio César e edição de imagens por Paulo Rodrigues. “Quando eu comecei a fazer as minhas primeiras letras, fui para os bailes black para me apresentar. E a primeira vez que eu fui, fiquei bobo: ‘Mano, isso aqui é o paraíso, é aqui que eu quero ficar (risos). Mas a gente não faz só música. Tudo o que a gente faz é um ato de resistência. A nossa existência é um ato de resistência”, conta Thaíde, em entrevista ao documentário. O samba, que também é um gênero de raízes negras, está no documentário, ao lado do rap, do soul, do samba-rock e do funk. “Dos anos 80 para cá, as pessoas se reuniam para cantar samba e as comunidades que surgem em São Paulo, surgem com o intuito de cantar suas letras, suas músicas. Eu já cantei com um bocado de gente e, assim, você não vê ninguém triste numa roda de samba”, observa Péricles. Liniker, que recentemente fez um dueto com o artista na canção ‘O melhor do mundo’, comenta a função de elo e mola propulsora que esse tipo de música tem entre os artistas negros: “É muito legal de sentir o ciclo se movimentando. Péricles é quem eu ouvia criança, e hoje, a gente está jogando essa energia juntos para o mundo”. Preparado pela TV Globo SP, em formato de documentário jornalístico, o programa nasce da necessidade de se produzir algo para o dia 20 de novembro. “O Sons de São Paulo surgiu com a vontade que a gente tinha de produzir um programa especial para a semana da Consciência Negra e aí, pensamos em música. Música que dá vontade de dançar e cantar e esse programa tem muito disso”, explica Fernando Lupo. ‘Sons de São Paulo’ irá passear por endereços que marcaram o movimento a capital paulista como a Estação São Bento, a Galeria do Rock, o Clube Palmeiras, entre outros, e relembrar as rodas de dança break, os sapatos bicolores, os cabelos black power, a invenção do samba rock e as transformações que o movimento black trouxe para as diferentes gerações até chegar ao funk atual. “A música negra é luta, é diversidade. Esse é um programa que conversa com muitas gerações, então, assistindo a trechos do programa, consegui enxergar coisas que meus pais falavam desde que eu era pequenininha”, aponta a jornalista Mariana Aldano. Para Denise Thomaz Bastos, ‘Sons de São Paulo’ acerta numa memória afetiva semelhante. “A música negra é união, é história. As festas na minha casa eram regadas a samba-rock, passinho. Minha mãe brincava, e, enquanto arrumava a casa, a gente ia dançando. Então, a música está muito enraizada dentro de mim”, entrega. Já Gabriela Dias vê no documentário a oportunidade de transmissão de saberes e de exaltação do orgulho negro. “A música negra é força, é alegria. A música negra feita por pessoas negras representa potência, criatividade, muito conteúdo, que além de trazer essa representatividade e importância para o povo preto, ele também serve de ensinamento para músicas pessoas”, define ela. ‘Sons de São Paulo – Música Negra’ será exibido para todo o estado de São Paulo no domingo, 20 de novembro, logo após o ‘Fantástico’. |
Documentário mergulha na trajetória do gênero e de suas vertentes
Reviewed by Pablo
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novembro 16, 2022
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