Caminhos da Reportagem revela história do queijo do Marajó


Iguaria ganhou selo de Indicação Geográfica do INPI em 2021


O programa inédito do Caminhos da Reportagem que a TV Brasil leva ao ar no domingo (13), às 22h, viaja até a Ilha de Marajó, no Pará, para conhecer o queijo do Marajó, a forma de fazer a iguaria e a história por trás do produto. Feito de leite de búfala e reconhecido por sua suavidade, este queijo ganhou, em 2021, o selo de Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Parte da série especial “Riquezas da Nossa Terra” produzida em parceria com o Sebrae, o episódio “Uma fatia de Marajó” mostra que dois tipos de queijo são produzidos na ilha: o manteiga e o creme. A principal diferença entre eles é o uso da manteiga de garrafa na receita. “O queijo creme é menos gorduroso, tem uma cremosidade a mais”, afirma Eduardo Portal, gerente da Laticínios Portal, defendendo o produto que fabrica. Há pouco mais de um ano no mercado, a queijaria vende para municípios do Pará e de São Paulo. Eduardo conta que a certificação trouxe visibilidade e a conquista de novos mercados, para além de Soure, no Marajó: “É muito gratificante ver que um sonho está se tornando realidade”.

A influência do selo nas vendas está também ligada à originalidade do queijo. Rubens Magno, superintendente do Sebrae no Pará, explica que a IG chancela que, em apenas uma região, pode-se fazer o produto de uma determinada maneira: “É um reconhecimento que confirma a ancestralidade”, sublinha.

Prudêncio Paixão, proprietário da Queijaria do Prudêncio, produz o queijo manteiga há 25 anos, da forma como aprendeu com seus antepassados. “Meu dia começa às três da manhã trabalhando já na queijaria. Por volta de seis e meia, a gente vai ao curral coletar o leite e, às sete horas, eu já estou com a primeira fornada de queijo no fogo”, conta.

Com o queijo do Marajó, o empreendedor Francisco Moya faz um pão de queijo metade mineiro, metade marajoara; a chef Jerônima Barbosa cozinha no restaurante Bacuri o filé marajoara e outros pratos típicos da gastronomia local; e Joniel Nascimento ganhou as redes com seu sorvete Ice Buffalo, que tem o búfalo Alemão como garoto-propaganda e apreciador.

No maior arquipélago fluviomarinho do mundo, os búfalos se tornaram um símbolo e uma grande atração da ilha. O rebanho supera o de bois e o número de cabeças corresponde a 38% do total nacional, segundo o IBGE. Eles estão nas fazendas, nas ruas, na montaria da polícia marajoara, no artesanato e em passeios turísticos. Na Fazenda São Jerônimo, que conta com 400 hectares e diferentes biomas, um dos passeios mais concorridos leva os turistas a nadarem com o animal. “Queria mostrar um pouquinho do Marajó. Como? Igarapés, praias, mangue e campina”, conta Raimundo Brito, proprietário da fazenda.

A atração jornalística da emissora pública explica que os búfalos foram introduzidos no Marajó no fim do século XIX e se adaptaram ao clima quente e úmido da região. Hoje, movimentam a economia da ilha e, para Tonga Gouvêa, agrônomo e produtor de queijo, tiveram a capacidade de fixar o homem ao campo: “Ele tem a qualidade de produzir proteína barata e de adaptação; é uma espécie espetacular”, acredita.

Ao lado da filha Gabriela Gouvêa, presidente da Associação de Produtores de Leite e Queijo do Marajó, ele administra a Fazenda Mironga, onde os turistas experimentam a chamada “vivência”, em que conhecem a história da família, dos búfalos, dos queijos e experimentam o que a fazenda produz. “O Marajó vai além do território. O Marajó é sentimento. Você precisa se permitir viver ouvindo os sons que nós temos aqui, sentindo o búfalo, comendo as coisas do búfalo. Não tem como eu dizer o que é isso aqui, a não ser que você venha viver”, diz Gabriela.


Ficha técnica

Reportagem: Flávia Grossi 

Reportagem cinematográfica: Eduardo Guimarães

Auxiliar técnico: Felipe Messina

Produção: Carolina Pessoa

Edição de texto: Renata Cabral

Edição de imagens: Mauro Fernandes e Diego Lourenço

Arte: Julia Gon


Sobre o programa

Produção jornalística semanal da TV Brasil, o Caminhos da Reportagem leva o telespectador para uma viagem pelo país e pelo mundo atrás de grandes histórias, com uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos.

No ar há mais de uma década, o Caminhos da Reportagem é uma das atrações jornalísticas mais premiadas não só do canal, como também da televisão brasileira. Para contar grandes histórias, os profissionais investigam assuntos variados e revelam os aspectos mais relevantes de cada pauta.

Saúde, economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de serviços, cultura e outros tantos temas são abordados de maneira única, levando conteúdo de interesse para a sociedade pela telinha da emissora pública.

Questões atuais e polêmicas são tratadas com profundidade e seriedade pela equipe de profissionais do canal. O trabalho minucioso e bem executado é reconhecido com diversas premiações relevantes no meio jornalístico.

Exibido aos domingos, às 22h, o Caminhos da Reportagem disponibiliza as matérias especiais no site http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem e no YouTube da emissora pública em https://www.youtube.com/tvbrasil. As edições anteriores também estão no aplicativo TV Brasil Play, disponível nas versões Android e iOS, e no site  https://tvbrasilplay.com.br/.

Caminhos da Reportagem revela história do queijo do Marajó Caminhos da Reportagem revela história do queijo do Marajó Reviewed by Pablo on novembro 10, 2022 Rating: 5
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