TV Brasil apresenta o clássico "Roberto Carlos a 300 km por hora"


Rádio Nacional faz esquenta com história e hits autorais do 'rei'


Sucesso do cinema, o longa-metragem "Roberto Carlos a 300 km por hora" (1971) tem destaque na programação da TV Brasil neste domingo (9), às 16h, na faixa Cine Nacional. O filme é o último da trilogia protagonizada pelo 'rei' em cartaz na telinha da emissora pública.

A trilha sonora formada por repertório autoral embala a série de clássicos da sétima arte com o astro do rock brasileiro. A parceria com Erasmo Carlos rendeu muitas dessas músicas que ganharam até álbum premiado. A Rádio Nacional apresenta essas canções no Especial Roberto Carlos aos domingos, ao meio-dia. Além de executar as obras, a homenagem contextualiza o momento daquelas composições.

TV Brasil já exibiu outras duas películas estreladas pelo ídolo da Jovem Guarda: "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" (1968), primeira atração da mostra, e "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa" (1970), longa em que o artista contracena com os amigos Erasmo Carlos e Wanderléa no elenco principal. Dirigidas pelo cineasta Roberto Farias, as tramas mesclam sequências de aventura e trechos musicais.


Recorde de bilheteria com música e automobilismo

O título "Roberto Carlos a 300 km por hora" combina duas paixões nacionais: corrida de automóveis e som de qualidade para chamar a atenção dos espectadores. A produção está entre as 65 maiores bilheterias do cinema brasileiro de todos os tempos e teve público superior a 2,7 milhões de pessoas nas salas do país na época de seu lançamento.

Além do êxito de audiência no circuito nacional da sétima arte, a crítica especializada também valorizou a película que conquistou duas distinções no âmbito da montagem. O longa ganhou o reconhecimento no Prêmio Governador do Estado de São Paulo e no Prêmio Coruja de Ouro na categoria Melhor Edição.

Estrelado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Raul Cortez, o filme tem a participação especial de atores que fizeram história na dramaturgia brasileira. A narrativa conta com a atuação de personalidades como Reginaldo Faria, Flávio Migliaccio, Otelo Zeloni e Walter Forster.


Trama privilegia atuação em detrimento da música

O longa "Roberto Carlos a 300 km por hora" é o menos musical da trilogia intitulada pelo 'rei'. Também é o único deles em que o artista não interpreta a si próprio nem solta a voz em cena. O cantor e compositor faz o papel de um mecânico que trabalha em uma concessionária e deseja ser piloto de corridas.

Com direção de Roberto Farias e roteiro de Bráulio Pedroso, o filme traz uma série de modelos de carros clássicos. Roberto Carlos dirigiu vários automóveis que marcaram época. Também preferiu não usar dublês na pista para conduzir um Dodge Charger R/T laranja e um Avallone Chrysler vermelho.

A produção esbanja tomadas movimentadas e sequências repletas de fumaça saindo dos pneus. A música, no entanto, não é substituída pelo ronco de motores na íntegra. A trilha sonora reúne sucessos como os hits "De tanto amor" e "Todos estão surdos", ambas parcerias com o Tremendão, Erasmo Carlos.

Os trechos de corrida primam pelo realismo com a assessoria técnica do piloto brasileiro Antônio Carlos Avallone. A experiência no automobilismo trouxe contribuições técnicas para as gravações. Durante as filmagens, ele ainda interpretou um competidor que tenta tirar do protagonista a liderança da prova.


Personagem acelera em busca de um sonho

A trama acompanha o tímido mecânico Lalo (Roberto Carlos) que sonha em ser piloto. Para alcançar seus planos, ele treina no asfalto do Autódromo de Interlagos com a ajuda de Pedro Navalha (Erasmo Carlos), amigo com quem trabalha na concessionária do patrão Rodolfo Lara (Raul Cortez).

Lalo é fã de corridas e Pedro domina várias técnicas de pilotagem. Os dois utilizam carros de clientes para dirigir sem o conhecimento do chefe. Ícone do automobilismo brasileiro, Rodolfo tem vasta experiência em provas internacionais.

Pressionado pela namorada Luciana (Libânia Almeida) e pela imprensa, Rodolfo decide participar da Copa Brasil. O experiente piloto não corre um Grande Prêmio desde um acidente que o deixou abalado. Para competir, o veterano financia a construção de um moderno protótipo.

Já a dupla Lalo e Pedro segue o cotidiano profissional na oficina sempre em busca de uma chance para guiar um veículo potente. Luciana costuma visitar a local para ver o amado e em uma dessas idas à concessionária, Lalo e ela se conhecem.

Rodolfo treina para a corrida em Interlagos, mas depois das primeiras voltas, sob o olhar da moça, o piloto reclama do carro e marca nova data para continuar. A sorte parece a favor dos mecânicos. Com o automóvel de um cliente e o auxílio do amigo Pedro, Lalo consegue ser veloz e bate o recorde da pista.

Em outro dia, Rodolfo tenta dirigir novamente. O piloto testa o seu modelo exclusivo, mas sente um mau pressentimento e reconhece que ainda não superou o trauma. Irritado, ele se desentende com a namorada e viaja para afogar as mágoas na Europa.


Plano para mecânico participar de corrida

Com a desistência do chefe, Pedro pretende colocar Lalo para correr no lugar do patrão na prova que será disputada na capital paulista. Ele consegue evitar que a inscrição seja cancelada pela secretária Neusa (Cristina Martinez). Ainda convence os funcionários da oficina a não divulgarem a decisão à imprensa.

Ao se preparar para o Grande Prêmio, Lalo experimenta o protótipo de Rodolfo, fabricado especialmente para a Copa Brasil. O envergonhado aspirante a piloto se apaixona pela jovem Luciana que acompanhava os treinos. A situação envolvendo a namorada do chefe deixa o mecânico em conflito emocional.

Com a ajuda do motorista Luigi (Flavio Migliaccio), que conduz um caminhão, Lalo e Pedro levam o carro novamente a Interlagos para treinar. O mecânico corre às escondidas durante a madrugada no circuito para estar pronto para a competição.


Acirrada disputa pela vitória na pista

No dia da prova, Lalo finge ser Rodolfo e alinha o carro no grid de largada. A suposta presença do astro causa grande alvoroço entre o público e os profissionais da imprensa. A farsa é descoberta apenas no decorrer da corrida e Pedro informa a verdadeira identidade do piloto à organização do GP.

Os dirigentes cogitam desclassificá-lo, mas reavaliam a medida ao observar o desempenho surpreendente do estreante. Com uma pilotagem arrojada, o mecânico tem uma performance incrível e trava um duelo pelo primeiro lugar em implacável duelo com o piloto italiano Pietro Antonioni (Antônio Carlos Avallone).

Lalo persegue o rival e exige muito do europeu ao impor um ritmo intenso. Com isso, força a quebra do carro adversário que liderava e Antonioni abandona a prova com problemas no motor. O novato ainda perde a posição que conquistara na frente do pelotão, mas guarda energia para enfrentar o concorrente.

O mecânico pisa fundo e acelera tudo para conseguir a ultrapassagem na última volta a poucos metros da linha de chegada. Lalo cruza na liderança, recebe a bandeira quadriculada no GP da Copa Brasil e garante a vitória em Interlagos. Luciana vai à festa de comemoração e celebra com o ganhador.


Ficha Técnica

País: Brasil. Ano: 1971. Gênero: aventura, musical. Direção: Roberto Farias. Roteiro: Bráulio Pedroso e Roberto Farias. Elenco: Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Raul Cortez, Mário Benvenuti, Libânia Almeida, Cristina Martinez, Antônio Carlos Avallone, José Renato Catapani, Joberte dos Santos, Olga Mary Hanada, Cacilda Rita de Jesus, Beatriz Assumpção, Irina Ostasevic, Zélia Borges, Rita Olívia Veloso, Wanda Reiff, Reginaldo Faria, Flávio Migliaccio, Otelo Zeloni, Walter Forster. Inédito. 100 min. Classificação Indicativa: Livre.


Serviço

Especial Roberto Carlos - domingo, dia 9/10, ao meio-dia, na Rádio Nacional

Cine Nacional - "Roberto Carlos a 300 km por hora" - domingo, dia 9/10, às 16h, na TV Brasil

TV Brasil apresenta o clássico "Roberto Carlos a 300 km por hora" TV Brasil apresenta o clássico "Roberto Carlos a 300 km por hora" Reviewed by Pablo on outubro 06, 2022 Rating: 5
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