Profissão Repórter - Trinta anos depois, Caco Barcellos reencontra familiares e vítimas que deram origem ao livro “Rota 66”

Foto: Globo/Divulgação

Em 2022, o livro “Rota 66 - A História da Polícia que Mata”, escrito pelo jornalista Caco Barcellos, completa 30 anos. Resultado de uma investigação jornalística de sete anos, a obra virou uma série de oito episódios recém-lançada pelo Globoplay . O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 18, revisita alguns dos casos que se tornaram públicos com o livro e reencontra órfãos e outros familiares de vítimas de violência policial. Cinco repórteres acompanharam Caco Barcellos na missão de localizar estas pessoas.

Fruto da análise de dezenas de caixas de documentos vindos de cinco fontes diferentes, Caco mapeou o perfil de 4.179 mortos pela Polícia Militar de São Paulo, entre 1970 a 1992. Destes, 65% nunca haviam tido envolvimento com o crime. O repórter Chico Bahia acompanhou Caco nas gravações do caso dos três jovens de famílias ricas de São Paulo que foram flagrados roubando o toca-fitas de um carro e perseguidos pelas ruas do Jardins, um dos bairros mais nobres da cidade. Os jovens foram executados depois de bater o automóvel em que estavam em um poste. Os policiais mexeram na cena do crime e deixaram um revólver ao lado dos corpos para alegar que os amigos atiraram contra os agentes. O caso provocou muita repercussão por ter envolvido filhos de paulistanos influentes na cidade. Foi a única vez que a Rota agiu assim num bairro rico da cidade.

O protagonista do filme "Pixote - A Lei do Mais Fraco" foi mais uma vítima da violência policial. Caco e a repórter Nathália Tavolieri localizaram uma amiga que tentou salvar a vida de Fernando Ramos da Silva. Antes de ser executado, aos 19 anos, ele pediu para não ser morto porque tinha uma filha muito pequena. Atualmente, Jaqueline Ramos da Silva conta como foi crescer sem o pai.

Numa rede social, a corretora de imóveis Joice Fritsch, filha de outra vítima, fez um comentário sobre o lançamento da série ‘Rota 66’ : "Ansiosa para ver. A história do meu pai está no livro". A repórter Danielle Zampollo acompanhou Caco neste encontro. Joice era muito pequena quando o pai foi executado na rua e chamado de bandido num programa de rádio. A mãe dela faleceu logo em seguida. Se não fossem as informações levantadas por Caco Barcellos, ela jamais saberia as circunstâncias e os detalhes da execução do pai.

Por fim, o repórter Thiago Jock participa da entrevista a um homem que sobreviveu ao ataque da polícia, num caso raro levantado pela investigação jornalística. Passados 30 anos, Caco reencontra José da Costa Lázaro, que mostrou as marcas no corpo dos oito tiros que levou, e como conseguiu enganar os policiais para chegar com vida ao hospital.

O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira começa logo depois de ‘Cine Holliúdy’.
Profissão Repórter - Trinta anos depois, Caco Barcellos reencontra familiares e vítimas que deram origem ao livro “Rota 66” Profissão Repórter - Trinta anos depois, Caco Barcellos reencontra familiares e vítimas que deram origem ao livro “Rota 66” Reviewed by Pablo on outubro 18, 2022 Rating: 5
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