(Foto: Lourival Ribeiro/SBT)
Paulo Ricardo é o entrevistado desta quinta-feira (06) no The Noite. Ele, que vendeu milhões de discos nos anos 80 e 90 e é um dos maiores ícones do rock nacional, fala sobre a turnê do show “Rádio Pirata ao vivo - 35 anos”: “estreou em setembro de 2019 e começamos a marcar todas as grandes capitais. Tínhamos Rio e São Paulo na semana da pandemia. 20 e 21 de março de 2020. Gravei vários vídeos postergando. Foi um momento terrível de um filme de ficção científica de terror. Acho que a pior parte foi a angústia de não saber quando ia terminar. Pro entretenimento foi devastador, porque a gente trabalha com aglomeração”. O músico diz que compôs durante o isolamento social e afirma: “fiz uma música chamada “Tempo de Espera” falando sobre isso. Me fez voltar às raízes na maneira de compor e de arranjar, porque tínhamos que fazer tudo à distância”.
O convidado comenta o fato de que o show de 1985 foi dirigido por Ney Matogrosso e diz: “foi um presente. Ele não tinha dirigido ninguém e foi o primeiro espetáculo que ele dirigiu. Nós convidamos, porque eu comecei a trabalhar como crítico de música em 81…. O rock estava começando no Brasil, não havia esse boom que ficou claro depois do Rock in Rio. Entrevistei o Ney e acabei conhecendo Cazuza, de quem fiquei muito amigo. Ali começou essa amizade. Quando nós passamos pelo processo de sermos contratados e estar montando show, fomos contratados pelo Poladian, que também era empresário do Ney. O Ney fez tudo, a gente era uma banda de boteco. Era uma aula a cada frase”.
Ainda sobre a turnê, declara: “está sendo muito legal reviver isso. Porque algumas canções foram grandes sucessos, mas outras eram bem lado B, uma coisa dark. É uma máquina do tempo, voltar para aquela cena do Madame Satã, da noite paulistana, daquele contexto onde todas as grandes bandas surgiram. Estava todo mundo começando: Titãs, Paralamas, Barão. É uma polaroid de um momento muito rico”. Paulo canta palhinhas de seus hits, conta de onde veio o nome da banda RPM e fala do grande sucesso ‘Olhar 43’. “É um olhar de timidez, um olhar que procura transmitir no olhar as coisas que o personagem da canção não tem a iniciativa, a pegada de chegar na garota, então ele fica tentando ter algum tipo de resposta antes de se aventurar. É um olhar de quem está sondando”, explica.