Caminhos da Reportagem aborda envelhecimento mais ativo
Produção jornalista da TV Brasil destaca o aumento da longevidade
A edição inédita do programa Caminhos da Reportagem investiga de que modo o aumento da longevidade pode estar relacionado a um envelhecimento mais ativo. A TV Brasil apresenta a matéria especial "Envelhecer - Meu Tempo é Hoje" neste domingo (11), às 22h.
Para entender os processos que levam à nova perspectiva de vida para as pessoas de faixa etária mais avançada, a produção da emissora pública consulta especialistas como o médico Alexandre Kalache e a escritora Cris Guerra. Os estudiosos ajudam a refletir sobre o envelhecimento saudável.
O Caminhos da Reportagem também traz um papo com veteranos do esporte e da arte que têm carreiras consagradas. A equipe do programa entrevista o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt e a atriz Suely Franco. Os convidados contam como reinventaram suas trajetórias com o decorrer da idade.
Novas formas de envelhecer
O que determina se uma pessoa é velha ou não? Há um parâmetro cronológico, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que define o idoso como aquele acima dos 60 anos. A atração mostra, ainda, critérios biológicos de mobilidade e força que ajudam a delimitar a juventude e a velhice.
Independentemente do marcador, essa população cresce em ritmo acelerado no Brasil e no mundo. O programa jornalĂstico revela que eles nĂŁo querem mais ser enxergados como "os inativos". Já sĂŁo mais de 30 milhões de brasileiros acima dos 60 anos que estĂŁo construindo uma nova maneira de envelhecer.
Presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, o médico Alexandre Kalache analisa esse processo. "O grande desafio do jovem é que ele nem sabe se vai envelhecer. Ele quer envelhecer, mas ele não quer ficar velho. Ora, não tem as duas coisas. Envelhecer é bom, morrer cedo é que não presta".
O profissional discute o aumento da expectativa de vida e as perspectivas do futuro. "Antigamente, quando eu era criança, nĂłs tĂnhamos entre 4% e 5% da população com mais de 60 anos e, quando chegava lá vivia pouco", recorda o epidemiologista especializado no estudo do envelhecimento.
"Hoje, nĂłs temos 15% e, em 2050, nĂłs vamos ter 31%. SerĂŁo 68 milhões de pessoas com mais de 60 anos. O grande desafio do sĂ©culo 21 Ă© quais polĂticas pĂşblicas nĂłs precisamos para essa população, assim como a grande conquista dos Ăşltimos 100 anos foi poder envelhecer", explica Alexandre Kalache.
Oscar Schmidt e Suely Franco
As limitações fĂsicas o tiraram das quadras de basquete e o atleta olĂmpico Oscar Schmidt teve que traçar uma nova rota quando foi ficando mais velho. Tornou-se palestrante motivacional. "Eu queria jogar basquete atĂ© morrer, nĂ©? E nĂŁo dá. NĂŁo Ă© possĂvel. Adoro fazer palestra porque vejo as pessoas batendo palma e eu estou contando a minha histĂłria para eles. EntĂŁo, isso repõe, em parte, tudo aquilo que eu perdi parando de jogar", conta.
Foi também no esporte que o casal Francisco Aguiar e Edmea Correia, com 77 e 75 anos, respectivamente, encontraram uma nova forma de encarar o envelhecimento. Eles são surfistas há 15 anos e fazem parte de uma turma de cabelos brancos que encara as ondas de Santos, no litoral paulista, sob a tutela do professor Cisco Araña, uma lenda do surfe no Brasil.
"O que manda mesmo é a cabeça da gente. No meu caso, eu estou com 75, mas estou bem, com saúde, sou perfeita. Nós somos uma máquina, se parar vai enferrujar e aà faz o que? Eu vou me mexer até o último minuto que eu puder e que Papai do Céu permitir", reflete Edmeia.
O trabalho também é o que move a atriz Suely Franco. Com grandes atuações em produções para a dramaturgia nas telinhas, telonas e palcos, a veterana interpretou personagens marcantes. Ela explica à equipe da emissora que precisou exercitar novas habilidades ao fazer teatro online durante a pandemia.
ConvĂvio entre gerações
Autora do podcast Outras Crises, em que reflete sobre o envelhecer, a escritora Cris Guerra lembra que, com o aumento da população idosa, é necessário promover a convivência intergeracional. Também ressalta a importância de enxergar todas as dimensões da vida, não apenas a condição do trabalho.
"A gente tem uma relação tão utilitária com o ser humano que a gente acha que, quando ele para de trabalhar, deixa de ser produtivo, é como se ele não servisse mais. A gente precisa muito rever todos os nossos conceitos", defende sobre encarar as pessoas apenas no âmbito de sua produção laboral.
A equipe da TV Brasil acompanha um dia na vida de quem tem mais de 60 anos e seguem muito ativo nas suas profissões. Um dos personagens é o enfermeiro Rubens Praser que equilibra uma rotina pesada de estudos e plantões em hospitais.
Já o comerciante de gás JoĂŁo Evangelista percorre as quadras do Plano Piloto, em BrasĂlia, para vender gás de cozinha com a força dos braços e da garganta. O programa ainda conversa com o iraquiano Henrique Hanna. Aos 88 anos, o poliglota oferece aulas gratuitas de inglĂŞs e está editando um dicionário.
Sobre o programa
Produção jornalĂstica semanal da TV Brasil, o Caminhos da Reportagem leva o telespectador para uma viagem pelo paĂs e pelo mundo atrás de grandes histĂłrias, com uma visĂŁo diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos.
No ar há mais de uma dĂ©cada, o Caminhos da Reportagem Ă© uma das atrações jornalĂsticas mais premiadas nĂŁo sĂł do canal, como tambĂ©m da televisĂŁo brasileira. Para contar grandes histĂłrias, os profissionais investigam assuntos variados e revelam os aspectos mais relevantes de cada pauta.
Saúde, economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de serviços, cultura e outros tantos temas são abordados de maneira única, levando conteúdo de interesse para a sociedade pela telinha da emissora pública.
Questões atuais e polĂŞmicas sĂŁo tratadas com profundidade e seriedade pela equipe de profissionais do canal. O trabalho minucioso e bem executado Ă© reconhecido com diversas premiações relevantes no meio jornalĂstico.
Exibido aos domingos, Ă s 22h, o Caminhos da Reportagem disponibiliza as matĂ©rias especiais no site http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem e no YouTube da emissora pĂşblica em https://www.youtube.com/tvbrasil. As edições anteriores tambĂ©m estĂŁo no aplicativo TV Brasil Play, disponĂvel nas versões Android e iOS, e no site http://play.ebc.com.br.
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