(Foto: Lourival Ribeiro/SBT)
Danilo Gentili conversa com Karina Dohme nesta sexta (02). A atriz, que teve seu primeiro papel de destaque como a Beth, do seriado “Sandy & Junior”, diz que ainda hoje é chamada pelo nome da personagem nas ruas. “Eu vou ter 85 anos, vou estar na feira fazendo compras e as pessoas vão falar ‘oi, eu vi você no ‘Sandy & Junior’’. É impressionante como as pessoas lembram e amam. Era uma paixão nacional”, afirma. “Se fosse hoje em dia eu estaria milionária, porque eu teria milhões de seguidores, muito dinheiro”, avalia. Ela conta que as gravações aconteciam em Campinas e que os atores apelidaram o local construído para o elenco de ‘Projeca’: “no geral a gente estava se divertindo, era um monte de adolescentes”. Karina conta ainda que os integrantes do seriado “Sandy e Júnior” estão em um grupo de WhatsApp chamado ‘Galerinha Mais ou Menos’.
Tendo interpretado a Teca da novela “Quanto Mais Vida, Melhor”, relata como era gravar durante a pandemia: “uma loucura, totalmente diferente de tudo que a gente já fez. Muito mais chato. Gosto de trocar, ficar no camarim conversando e não podia.... Para fazer as cenas consideradas ‘sensíveis’, tínhamos que testar 48h antes, 48h depois e ficar em isolamento nesse período”. Com uma veia cômica, diz que gosta de ser identificada dessa forma: “a comédia sempre me sorriu e eu sempre sorri de volta. Acho que é um privilégio, é um dom que a gente nasce”. A atriz diz que sofria bullying na infância por fazer comerciais e desfiles: “os adultos me achavam maravilhosa, mas as crianças me achavam um pé no saco. Eu era uma criança insuportável, tenho consciência disso”.
A convidada relata ainda que já sofreu com bulimia e revela: “foi quando acabou o programa Sandy & Junior. No começo da carreira adulta. É uma doença em que você come muito para compensar uma angústia e se sente muito culpado. Então você provoca vômitos, toma laxante.... É uma agressão física e causa muitos problemas. A longo prazo, causa problema nos seus dentes. Diferente da anorexia, que a pessoa vai emagrecendo muito e você consegue ver que tem alguma coisa errada, a bulimia não. Muitas vezes as pessoas continuam no mesmo peso. É uma doença muito silenciosa, solitária. Tinha muito preconceito na minha época, porque as pessoas achavam nojento.... Eu era muito cobrada para ser magra. As pessoas olhavam para a minha cara e falavam ‘você está gorda, por isso não trabalha. Seu seio te engorda’. Ouvi coisas muito cruéis a respeito do meu corpo’”. Ela conta ainda como percebeu que precisava de ajuda e completa: “tive muitos problemas para falar sobre isso, durante muito tempo, e fui falar tranquilamente esse ano”.
O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, 00h30.
*os convidados do programa foram testados antes da participação e liberados após resultado negativo para a Covid-19.