“Especialistas na área conseguem identificar quadros mais clássicos por volta de um ano a um ano e meio.”
No “CNN Sinais Vitais” deste domingo, 12 de junho (19h30), o médico Roberto Kalil fala sobre a percepção do aumento de casos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil, detectado por especialistas. “Isso é resultado da desestigmatização do TEA e da melhoria dos diagnósticos que estão sendo feitos cada vez mais cedo”, afirma a psiquiatra Helena Brentani, fundadora do ambulatório de autismo PROTEA, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
O episódio explica que o transtorno do espectro autista é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado pelo desenvolvimento atípico, déficits na comunicação e na interação social, e padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados. Segundo os especialistas, embora boa parte das pessoas com TEA possa viver de forma independente, existem aquelas que precisam de atenção e apoio permanente.
O programa mostra como funciona o eye-tracking, equipamento que auxilia no diagnóstico pelo rastreamento do olhar. “Uma criança neurotípica, já muito pequenininha, tem uma preferência por cenas biológicas, humanas e de interação enquanto as crianças com TEA, por exemplo, tem uma preferência para quadros geométricos, fractais e movimentos claros e repetitivos”, explica Brentani.
A psiquiatra Daniela Bordini, coordenadora do TEAMM, ambulatório de autismo da UNIFESP, afirma que o quadro de uma pessoa com TEA é muito heterogêneo, mas que nos casos clássicos o diagnóstico pode ser feito cedo. “Especialistas na área conseguem identificar quadros mais clássicos por volta de um ano a um ano e meio, com sinais e sintomas suficientes para dar um diagnóstico”, afirma.
O “CNN Sinais Vitais” vai à APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Bauru, no interior de São Paulo, para mostrar a importância das intervenções psicossociais para o bem estar das pessoas com TEA. “É muito importante para que a gente garanta que essa criança, já nos primeiros meses e anos de vida, tenha um acompanhamento multidisciplinar”, diz Cristiane Silvestre de Paula, professora adjunta do programa de pós-graduação em distúrbio do desenvolvimento da Universidade Mackenzie.
O episódio também aborda a importância da integração dos serviços de saúde com a educação básica, apresentando como exemplo o trabalho de especialistas da saúde da Universidade Mackenzie para capacitação de professores de uma escola. Quem fala deste projeto é o geneticista Decio Brunoni, professor titular do programa de pós-graduação em distúrbios do desenvolvimento do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Mackenzie.
O “CNN Sinais Vitais”, com o médico Roberto Kalil, é exibido aos domingos às 19h30, pela CNN Brasil.