Com apagão de 300 mil profissionais de cibersegurança, empresas brasileiras sofrem com os ataques das gangues virtuais
O “CNN Soft Business” deste domingo, dia 12 de junho (23h15), fala sobre um tipo de ataque cibernético conhecido como ransomware. O termo vem do inglês “ransom”, que significa “resgate”, enquanto “ware” é um derivado de “malware”, um software malicioso. O crime virtual acontece quando uma gangue invade e paralisa os sistemas da empresa, sequestra os dados e exige resgate milionário.
Em 2021, o Brasil registrou 33 milhões de tentativas de ataques ransomware, segundo o relatório Cyber Threat 2022, da empresa de cibersegurança SonicWall. Entre as companhias que foram atacadas estão Lojas Renner, CVC, Grupo Fleury, Cyrela e Porto Seguro. Nos Estados Unidos, o maior oleoduto do país, a Colonial Pipeline, pagou US$ 4,4 milhões de resgate aos hackers. A filial do maior frigorífico brasileiro no país, a JBS, também pagou US$ 11 milhões para desbloquear seu sistema.
Para entender os prejuízos nos negócios e os investimentos que as corporações têm feito para se proteger, Phelipe Siani e Fernando Nakagawa conversam com especialistas. O líder de segurança da IBM na América Latina, Guilherme Messora, alerta que a falta de amadurecimento das empresas brasileiras em cibersegurança tem atraído as gangues virtuais. Mas o problema maior, segundo ele, é a falta de profissionais especializados em proteção de ambientes virtuais corporativos. “Há um descompasso entre aceleração de tecnologia e a capacidade de se gerar novos profissionais de cibersegurança. Hoje o Brasil tem uma deficiência que chega a 300 mil vagas em segurança virtual não preenchidas”, afirma Guilherme.
O consultor em gestão de riscos em cibersegurança da Deloitte, Julio Laurino, aponta que as empresas que investem em proteção virtual destinam 3% a 7% do orçamento de tecnologia para os aspectos de segurança. “Ano a ano, esses investimentos têm aumentado e o que nós percebemos é que normalmente, no primeiro ano, esses percentuais são maiores. Porque aquilo que não foi feito no passado tende a ser feito de uma única vez, tamanha a preocupação que esses ataques têm despertado nas altas administrações das empresas”, explica.
Segundo a IDC, consultoria de inteligência especializada em tecnologia da informação, o mercado de cibersegurança brasileiro equivale a USS 1 bilhão. Porém, um estudo da empresa Sophos calcula que, em média, os resgates que 35 corporações brasileiras pagaram em 2021, após sofrerem ransomware, custaram US$ 211 mil, prejuízo além das perdas nos negócios causadas pela paralisação do sistema.
O “CNN Soft Business” é exibido aos domingos, às 23h15, pela CNN Brasil.