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Entenda por que a exposição das crianças às telas de computadores pode diminuir a inteligência das novas gerações
No episódio “Cérebro e tecnologia” deste domingo, 08 de maio (19h30), o “CNN Sinais Vitais”, com apresentação do médico Roberto Kalil, aborda os danos que a tecnologia digital pode causar, especialmente nas crianças e adolescentes.
O episódio mostra crianças que não suportam ficar sem celular e apresenta o caso de Alice, que nunca teve contato com telas de computadores e ficou famosa por conseguir falar palavras difíceis ainda bebê. Um exemplo de adulto prejudicado pelo uso excessivo da internet é o gaúcho Brayan Loss, de 30 anos, que trabalha com informática e chegou a passar 18 horas por dia conectado. Ele desenvolveu gastrite por tomar muito café e teve que buscar ajuda para sair do isolamento.
Roberto Kalil entrevista o psiquiatra e especialista em danos ao cérebro causados pelo uso excessivo das tecnologias digitais, Rodrigo Machado. “Na primeira infância, um estudo mostra que, no Brasil, entre 4 e 5 anos, 89% das crianças são expostas excessivamente às telas”, afirma o médico. O psicólogo e coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, Cristiano Nabuco, também conversa com Kalil.
A médica Evelyn Eisenstein, coordenadora da rede “Esse mundo digital” e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, fala sobre o prejuízo do desenvolvimento da fala e da linguagem nas crianças menores de 3 anos que têm acesso às tecnologias digitais.
O neurocientista e pesquisador francês, especializado em neurociência cognitiva, Michel Desmurget, autor do livro “A Fábrica de Cretinos Digitais”, faz um alerta: “O cérebro da criança é feito para processar interações humanas, não para processar telas ou qualquer outra coisa”. E, embasado em pesquisas, ele vai além: “Essa vai ser a primeira geração em que o QI será mais baixo que a geração anterior”.
Anna Lucia Spear King, coordenadora do laboratório Delete Detox Digital e Uso Consciente de Tecnologias do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, explica que os jogos virtuais e redes sociais provocam a liberação de substâncias químicas que dão prazer. “É a mesma linha do álcool e da droga, que liberam as mesmas coisas, o mesmo processo de recompensa no cérebro”, diz a especialista.
Segundo o médico Roberto Lent, professor da UFRJ e pesquisador do Instituto D'or de Pesquisa e Ensino, o autocontrole das crianças depende muito dos pais e da escola. Ele indica o uso do livro, que "proporciona um espaço muito grande para fantasia, criatividade, raciocínio. Na ferramenta digital as coisas acontecem em uma velocidade que você fica escravo dela”.
*O “CNN Sinais Vitais”, com o médico Roberto Kalil, vai ao ar aos domingos às 19h30, pela CNN Brasil.