‘Profissão Repórter’ retrata a rotina de quem depende de um rio saudável pra sobreviver

Foto: Globo/Divulgação

O descaso com a preservação de rios em diferentes partes do Brasil tem tido impacto direto na vida da população ribeirinha. O  ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, 19 de abril, viaja pelo país para mostrar como estão aqueles que dependem das bacias fluviais para sobreviver. Os repórteres Mayara Teixeira e Thiago Jock visitaram a região do Tapajós (PA), cerca de quatro meses após uma mancha de lama ter se espalhado pelo leito do rio, chegando até Alter do Chão, destino turístico famoso por suas águas cristalinas. Eles mostram como o acidente ecológico, provocado pelo aumento do garimpo ilegal e do desmatamento na região, espantou turistas, afetou a economia local e deixou uma dúvida sobre a segurança de se viver às margens do Tapajós.

Durante a apuração, os repórteres encontraram ainda pessoas doentes desconfiadas de uma substância despejada nas águas tanto pelo garimpo quanto pelo desmatamento: o mercúrio. Segundo a pesquisa realizada pela Fiocruz, em Santarém, 75% dos participantes apresentaram concentrações do metal acima do limite de 10 μg/L (microgramas por litro) recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Entre a população ribeirinha, a alta exposição de mercúrio chegou a mais de 90%. E em aldeias às margens dos rios afetados por garimpo, nove em cada dez participantes apresentaram alto nível de contaminação. O programa revela ainda que casos de problemas odontológicos graves, queda de cabelo, comprometimento neurológico, má formação em fetos e até tipos graves de câncer da população local podem estar associados à contaminação.

Em Mariana (MG), seis anos depois do rompimento da barragem de Fundão, o repórter Guilherme Belarmino e o repórter cinematográfico Eduardo de Paula registraram, às margens do Rio Doce, os impactos do maior crime ambiental da história do Brasil, que ainda prejudica pescadores, agricultores e comunidades ribeirinhas.

Em Governador Valadares (MG), a reportagem acompanhou a visita do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a áreas repletas de rejeito de mineração. Agricultores da Ilha Brava mostraram ao conselheiro Luiz Fernando Bandeira que, mesmo depois de seca, a lama dificulta o plantio, destrói construções e afeta a renda dos trabalhadores rurais. Por lá, o programa ouviu também o desabafo de pescadores profissionais que perderam renda.

O programa visita ainda São Gabriel da Cachoeira, no  noroeste do Amazonas, o município com mais indígenas do Brasil. O repórter André Neves Sampaio e o técnico de reportagem Carlos de Oliveira foram até lá para conhecer comunidades ribeirinhas que vivem às margens do Rio Negro, numa região de difícil acesso, e que, por isso, é extremamente preservada. Além do português, a cidade tem mais quatro línguas cooficiais: Tukano, Baniwa, Nheengatu e Yanomami.

Com 1700 quilômetros de extensão, o rio Negro é maior rio de águas pretas do mundo e principal afluente do Solimões, com quem se encontra em Manaus para formar o Rio Amazonas. É reconhecido internacionalmente como a área úmida mais preservada do planeta e abriga cerca de 45 povos indígenas ao longo de sua bacia hidrográfica.

O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 19, começa logo depois do ‘Big Brother Brasil’.
‘Profissão Repórter’ retrata a rotina de quem depende de um rio saudável pra sobreviver ‘Profissão Repórter’ retrata a rotina de quem depende de um rio saudável pra sobreviver Reviewed by Pablo on abril 18, 2022 Rating: 5
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