Stéphanie Fleury fala com especialistas sobre etarismo e as mudanças necessárias ao mercado de trabalho diante do aumento da expectativa de vida
Os brasileiros com 50 anos ou mais já representam 26% da população, segundo pesquisa da Maturi e da Ernst & Young. A previsão é que até 2040 57% da força de trabalho no país tenha mais de 45 anos. O “CNN Projeto Upload” fala de longevidade profissional neste domingo, primeiro de maio (22h30).
A apresentadora Stéphanie Fleury conversa com o médico Alexandre Kalache, gerontólogo especialista em longevidade, que aponta um grande desafio. “O século XXI será caracterizado pela capacidade de desenvolver políticas adequadas para assegurar qualidade de vida para a moçada que está envelhecendo”, afirma.
A psicóloga e consultora em programas de diversidade etária, Fran Winandy, acredita que as empresas ganham em formar um time com várias gerações. Segundo ela, a ideia é ter pontos de vista diferentes para construir mais soluções inovadoras. Além disso, a longevidade tem seus custos que precisam ser cobertos. “Você tem pessoas que vão chegar aos 90, 100 anos e se você não tem mais trabalho a partir dos 50 anos, como você faz para fechar a conta?” pergunta a psicóloga.
A especialista em tendências e comportamento de consumo, Andrea Bisker, afirma que “ainda tem muito preconceito, muito desconhecimento sobre etarismo. As empresas estão inovando quando estão pensando nesse assunto”. Para ela, é importante discutir o que significa ser idoso: no Brasil é a partir dos 60 anos; no Japão, a partir dos 80 anos. A epsecialista alerta que os brasileiros associam a velhice ao declínio, quando, ao contrário, a partir dos 50 anos inicia-se a segunda parte da vida. “Tudo tem que ser revisto, na comunicação, nos produtos”, afirma Andrea.
O episódio também traz a experiência de Mórris Litvak, criador da Maturi, empresa voltada para as atividades e mercado de trabalho das pessoas mais maduras. “No começo não foi fácil. Quando a gente começou, em 2015, o assunto não era tão discutido como hoje. Então, percebemos que precisávamos começar a traçar outros caminhos para as pessoas 50+”, afirma. Mórris explica que muita gente nessa idade perdeu o emprego, não tem outra fonte de renda e as empresas sabem que olhar para a diversidade é estratégico. Além disso, segundo ele, “o pessoal mais maduro agrega de diversas formas”.
O “Projeto Upload” é exibido aos domingos, às 22h30.